O segmento de incorporação do grupo MRV&Co registrou uma expansão de 14% nas vendas líquidas do segundo trimestre na comparação com mesmo período do ano passado, para um volume recorde de R$ 2,5 bilhões, conforme prévia operacional.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:MRVE3) nesta quarta-feira (10).

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O segmento, que inclui as marcas MRV e Sensia, teve alta tanto no volume de vendas no trimestre encerrado em junho (+2,8% na base anual), para 10,1 mil unidades, quanto de lançamentos (+73% ano a ano) no mesmo período, para 9 mil unidades.

O valor médio de cada unidade vendida foi de R$ 251 mil, crescimento de 10,9% sobre um ano antes.

Para o diretor financeiro da MRV&Co, Ricardo Paixão, o resultado do segundo trimestre reforça a confiança da empresa em cumprir com as projeções estabelecidas neste ano. A MRV&Co, que contempla, além da incorporação, as marcas Urba, Luggo e Resia, projetou lucro líquido de até R$ 290 milhões em 2024 para sua unidade MRV Incorporação.

“A taxa de absorção dos produtos que a gente tem colocado para o mercado tem sido altíssima. Isso nos traz muita confiança de que a gente está no caminho correto para poder alcançar o nosso guidance“, disse o executivo à Reuters.

A geração de caixa ajustada nos meses de abril a junho foi de R$ 9,2 milhões na incorporação, contra consumo de R$ 161,5 milhões no mesmo período do ano passado.

Segundo o CFO, o impulso no setor do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, aliado a outros programas de subsídios a moradia adicionais, ainda não chegou ao seu “platô”.

“Vai continuar subindo”, afirmou. “Os estados entenderam que essa política pública de habitação onde eles financiam parte imóvel é muito mais efetiva… Então, acho que essa deve ser a pegada que a gente vai continuar vendo daqui para frente.”

Ele também observa que o cliente Minha Casa, Minha Vida, responsável pela compra de 85% dos imóveis vendidos da MRV, não será diretamente impactado pela interrupção no ciclo de queda da Selic, já que o programa conta com taxas de juros especiais aos beneficiários.

“A taxa de juros dele (cliente MCMV) é independente da taxa de juros de mercado.”

VISÃO DO MERCADO

De forma geral, o Bradesco BBI vê o números da MRV como marginalmente positivos para a tese, com destaque para MRV Brasil, que registrou fortes números operacionais, com lançamentos crescendo anualmente 75% e vendas recordes de R$ 2,5 bilhões durante o trimestre (R$ 1 bilhão apenas em junho), o que levou a um crescimento anual geral de 14% nas vendas.

Além disso, a margem bruta de novas vendas atingiu 34% no 2T24 e o BBI vê tendências positivas com a redução dos recebíveis para 12,6% (redução de 7 pontos percentuais, ou pp, em base anual). Por sua vez, a geração de caixa no Brasil apresentou algumas tendências positivas (reduzindo a dependência das vendas de recebíveis), embora a geração de valor ainda dependa de melhorias significativas nos próximos trimestres.

Por outro lado, o BBI destaca que a Resia continua enfrentando um cenário desafiador nos EUA. Embora o valuation pareça atraente em 0,6 vez o Preço/Valor Patrimonial e 4,8 vezes o múltiplo Preço/Lucro esperado para 2024, analistas acreditam que uma reavaliação ainda depende de melhorias adicionais na geração de caixa.

Na mesma linha que BBI, a XP Investimentos disse ter uma avaliação ligeiramente positiva da prévia operacional da MRV, devido as perspectivas operacionais sólidas com crescimento significativo de vendas e velocidade de vendas (VSO) mais forte, bem como um cenário de lançamentos melhor, após vários trimestres de baixo volume de projetos.

Entretanto, analistas da XP ainda enxergam um cenário de queima de caixa pressionado tanto na MRV Inc. quanto na Resia, o que ainda não indica um ponto de inflexão claro.

A Genial Investimentos, por sua vez, classificou os números relatados como mistos e disse pender para uma visão mais construtiva quanto à prévia.

“Se por um lado os números operacionais (diminuição do estoque, melhoria na VSO, mais lançamentos e aumento do ticket médio) foram positivos, por outro a queima de caixa continua a contar uma outra história, o que pode trazer alguma preocupação a alguns investidores, visto que a melhoria operacional, que já está ocorrendo há alguns trimestres, ainda não reflete na geração de caixa”, explica Genial.

Já o BTG comenta que os dados operacionais foram mistos, uma vez que os lançamentos e as vendas foram bastante fortes no Brasil, mas os números de fluxo de caixa permaneceram fracos.

Dessa forma, o BTG acredita que o valuation descontado da MRV já reflete seus desafios operacionais, mas enxerga que as coisas já estão melhorando, por isso recomenda compra e preço-alvo de R$ 17.

informações Infomoney
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