O GPA precificou oferta primária de 220 milhões de ações a R$
3,20 por papel, em operação que terá os recursos destinados à
desalavancagem financeira.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:PCAR3) nesta
quarta-feira (13).
O GPA levantou R$ 704 milhões com a oferta, que incluiu a venda
de 57,1% do lote adicional colocado, informou o grupo varejista em
fato relevante nesta quarta-feira.
O valor representa um deságio de 3,9% em relação ao preço de
fechamento das ações na quarta, de R$ 3,33.
Com a operação, o novo capital social da companhia passa a ser
de cerca de R$ 2,5 bilhões.
A alocação de lote adicional foi parcialmente usada, com a venda
de 80 milhões de ações — destinada a atender o excesso de demanda
constatado no momento da precificação, disse o GPA.
Os coordenadores da oferta foram Banco Itaú (coordenador líder),
BTG Pactual, Bradesco BBI, JPMorgan e Santander.
O GPA disse anteriormente que pretende utilizar os recursos para
reduzir sua alavancagem financeira, por meio do pré-pagamento de
contratos financeiros mantidos com instituições financeiras.
As ações objeto da oferta passarão a ser negociadas na B3 a
partir de 15 de março.
Porque o follow-on pode virar algumas páginas em
meio ao seu processo de reestruturação
Ainda que a um custo alto de diluição dos acionistas, após a
operação, a varejista dona do Pão de Açúcar pode virar “algumas
páginas” em meio ao seu processo de reestruturação.
Em primeiro lugar, como resultado da oferta, o Casino, antes
detentor de 40,9% do GPA e controlador da varejista, teve sua
participação diluída a 22,5% do capital, saindo do controle da
empresa, o que é visto como positivo uma vez que a companhia
francesa enfrenta uma série de desafios em meio ao seu processo de
reestruturação. A expectativa é de que o Casino negocie a sua fatia
remanescente no futuro para gerar caixa.
Com essa diluição de participação, a projeção dos analistas é
que o GPA tenha mais liberdade para atuar com menos preocupações
com os problemas de seu controlador. O grupo francês manterá no
momento 2 membros no conselho de administração do GPA, como já
informado anteriormente.
Além disso, em segundo lugar, conforme informações do Brazil
Journal, Ronaldo Iabrudi, ex-CEO e chairman do GPA, entrou com R$
85 milhões no follow-on da companhia, garantindo assim 5,4% do
capital social da empresa. Já havia expectativas de que Iabrudi
entrasse com uma participação importante na companhia desde o
início do mês, sendo um voto de confiança na execução do CEO
Marcelo Pimentel, que vem implementando um processo de turnaround
(virada) na varejista.
Quando as sinalizações surgiram, Alexandre Pletes, head de Renda
Variável na Faz Capital, ressaltou que o mercado via a entrada de
Iabrudi como um fator de grande relevância por dois fatores: i) dar
corpo à oferta, trazendo mais confiança de que o plano traçado para
reestruturação da dívida se concretize; e ii) a entrada no negócio
de quem conhece a operação na íntegra, o que reforça que o GPA está
em uma fase onde os maiores percalços parecem estar se dissipando,
e isso eleva as expectativas de que 2024 tenda a ser um ano de
estabilização da operação e de suas margens.
Desalavancagem em foco
A oferta em si, cabe ressaltar, aumentou o número de ações em
circulação dos atuais 270 milhões para 490 milhões e teve papel
importante para um equilíbrio mais eficiente na estrutura de
capital da companhia, contribuindo com desalavancagem, sendo este o
terceiro ponto.
O GPA encerrou o 4T23 com relação Dívida Líquida/Ebitda de 5
vezes (Ebitda pós-IFRS, levando em conta a dívida líquida incluindo
arrendamentos e recebíveis de cartão de crédito). Se assumir a
entrada de caixa de R$ 704 milhões proveniente da oferta, bem como
a entrada de caixa da venda da participação Exito, o banco estima
que a alavancagem cairia para 3,8 vezes a relação entre dívida
líquida/Ebitda.
“A desalavancagem é uma prioridade para o GPA e foi um tema
importante durante o Dia do Investidor da empresa em dezembro de
2023”, aponta o Goldman Sachs. O banco acredita que uma estrutura
de capital mais equilibrada proporcionaria à administração mais
flexibilidade para executar o atual plano de recuperação focado no
aumento da rentabilidade e na melhoria da dinâmica do capital de
giro.
Além desta oferta subsequente, desde a mudança de CEO em abril
de 2022, o GPA concluiu uma operação de “sale-and-leaseback”
(transação financeira na qual se vende um ativo e o arrenda de
volta a longo prazo; ela continua a ser capaz de usar o ativo, mas
não o possui mais) de 11 lojas (no valor de cerca de R$ 300
milhões), a alienação de outros ativos imobiliários (cerca de R$
250 milhões) , além da venda da participação na Exito (cerca de R$
800 milhões) e outros ativos não essenciais.
O Goldman tem recomendação neutra para PCAR3, com preço-alvo de
R$ 4,10 em doze meses. Já a Genial Investimentos recomenda compra
para os ativos: a casa ressaltou que, apesar da volatilidade das
ações durante a oferta, a operação deve dar um alívio para que a
gestão continue a executar a reestruturação e expansão com maior
celeridade. Além disso, ao endereçar a estrutura de capital, a
companhia também abre espaço para mudanças em governança
corporativa, apontou.
Informações Infomoney
PÃO DE AÇUCAR ON (BOV:PCAR3)
過去 株価チャート
から 8 2024 まで 9 2024
PÃO DE AÇUCAR ON (BOV:PCAR3)
過去 株価チャート
から 9 2023 まで 9 2024