Vale: governo de Minas espera fechar acordo superior a R$ 28 milhões pelo desastre de Brumadinho
2021年1月7日 - 3:20AM
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O governo de Minas Gerais espera fechar um acordo superior a 28
bilhões de reais junto à mineradora Vale (BOV:VALE3) como reparação
pelo desastre de Brumadinho, que deixou centenas de mortos em
janeiro de 2019, disse o secretário-geral da administração
estadual, Mateus Simões.
Representantes do governo e da companhia terão uma reunião na
quinta-feira na qual a expectativa é de que sejam iniciadas enfim
conversas sobre o valor da indenização, após negociações sobre
outros pontos anteriormente. O encontro é preparatório para uma
audiência mediada pela Justiça que deve ocorrer ainda em
janeiro.
“A ideia é que a gente encerre a discussão de texto amanhã e
possa iniciar a discussão de valor”, disse o secretário, em
conversa por telefone.
“Nós temos nesse momento números colocados sobre a mesa, pelo
governo do Estado, de 28 bilhões de reais por danos materiais…”,
disse Simões, lembrando que uma ação na Justiça havia pedido outros
26 bilhões por danos morais.
“Então certamente o piso do começo das negociações tem que ser
28 bilhões”, acrescentou Simões.
O governo de Minas Gerais tem pedido na Justiça indenizações
totais de cerca de 54 bilhões de reais pelos danos materiais e
morais relacionados ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho
em 25 de janeiro de 2019. O desastre deixou cerca de 270
mortos.
Procurada, a Vale afirmou que a reunião de quinta-feira entre as
partes será fechada, e a próxima audiência de mediação na Justiça
ainda não foi marcada. A mineradora disse que “ainda não há
definição de valores”.
A melhor estimativa da Vale para os custos associados a
Brumadinho, disse anteriormente uma fonte que acompanha o caso, era
de um total de 29,6 bilhões de reais, sendo 19 bilhões de reais em
um potencial acordo global como o buscado junto ao governo de Minas
e outros órgãos.
Segundo o secretário do governo mineiro, não há expectativa de
que um acerto entre as partes ocorra necessariamente na
quinta-feira, mas o Estado persegue um acordo ainda em janeiro.
Por outro lado, já há um consenso entre o governo estadual e a
Vale sobre como administrar trabalhos de reparação, ainda de acordo
com Simões.
Ele disse que não está prevista a criação de uma fundação, como
depois do desastre de Mariana, de 2015, quando uma barragem da
Samarco se rompeu. A Vale a BHP, acionistas da Samarco, criaram a
Fundação Renova para gerenciar diversos esforços de compensação e
mitigação de danos e apoio aos atingidos.
“Considero que isso está resolvido… não haverá fundação, os
projetos serão ou de execução direta pela Vale ou de execução
direta pelo Estado, e uma parte deles sob um modelo de aprovação
pelos atingidos, mas nenhum deles dentro de uma estrutura de
fundação como acontece na Renova”, afirmou.
A Vale disse ainda que “permanece empenhada em reparar
integralmente os atingidos e as comunidades impactadas”.
“As negociações seguem avançando no Centro Judiciário de Solução
de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), órgão de mediação do Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG)”, disse a companhia.
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