Vale: Procuradores dão início à investigação da mineradora por denúncias de Steinmetz
2021年3月29日 - 9:17PM
Newspaper
A polícia do Rio de Janeiro deu início a investigações sobre
denúncias realizadas pelo bilionário israelense Beny Steinmetz a
respeito da mineradora Vale, que dão conta de que a companhia
escondeu de seus acionistas, de forma ilegal, as condições sob as
quais a BSGR, empresa de Steinmetz, exploraria um dos maiores
depósitos de minério de ferro do mundo, disseram procuradores nesta
sexta-feira.
A Vale (BOV:VALE3) e a BSG Resources (BSGR), que formularam uma
joint venture em 2010 para desenvolver o vasto campo de Simandou,
na Guiné, travam há tempos uma disputa legal relacionada ao projeto
de minério de ferro.
A concessão acabou sendo revogada pelo governo guineano, que
indicou possuir evidências de que a BSGR obteve os direitos por
meio de corrupção. A companhia nega as acusações.
Em janeiro, um tribunal criminal suíço julgou Steinmetz culpado
de corrupção e falsificação na obtenção de direitos de exploração
de minério de ferro, condenando-o a cinco anos de prisão devido ao
acordo fechado pela BSGR pelo projeto. Steinmetz disse que
recorreria da decisão.
Em comunicado publicado em outubro, Steinmetz afirmou que
executivos da Vale vinham “ocultando de seus acionistas, de maneira
fraudulenta, informações sobre os verdadeiros riscos da transação
de bilhões de dólares, e divulgando informações falsas nos últimos
dez anos sobre os termos sob os quais o acordo foi assinado.”
Em um memorando datado de 18 de março e confirmado pela Reuters
nesta sexta-feira, o gabinete dos procuradores disse que a polícia
vai entrevistar executivos e ex-diretores da Vale como parte do
inquérito.
O memorando não especifica os riscos que, segundo Steinmetz,
deveriam ter sido divulgados aos acionistas.
O documento, porém, se refere a alegações anteriores da BSGR de
que a Vale estaria omitindo fraudulentamente informações relevantes
de seus acionistas e divulgando informações falsas sobre as
condições de conclusão do negócio.
O memorando diz que, pelas leis brasileiras, esses fatos
constituiriam um crime.
A Reuters não possui evidências independentes que sustentem ou
refutem isso.
Em nota enviada à Reuters, a Vale disse que “não possui qualquer
conhecimento do referido inquérito”.
“Qualquer novo intento do Sr. Steinmetz de tentar se furtar de
sua responsabilidade de indenizar a Vale certamente terá o mesmo
desfecho das condenações que já lhe foram impostas”, acrescentou a
empresa.
“O Sr. Steinmetz também responderá civil e criminalmente pelas
suas manobras falaciosas.”
Steinmetz não estava imediatamente disponível para
comentários.
A BSGR ainda tenta reabrir um caso arbitral em Londres, que a
condenou ao pagamento de 1,25 bilhão de dólares à Vale pelo
investimento em Simandou. A Vale acusou a BSGR de induzi-la, de
maneira fraudulenta, a adquirir uma fatia de 51% da mina.
A BSGR entrou em administração judicial em 2018, visando se
proteger de disputas legais.
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