Vale informa que avaliou 104 barragens, resultando na emissão de 71 declarações de estabilidade
2020年10月1日 - 10:32PM
Newspaper
A mineradora Vale (BOV:VALE3) informou nesta quinta-feira
que o sistema de monitoramento de barragens da companhia avaliou
104 estruturas geotécnicas em suas unidades operacionais pelo
Brasil, o que resultou na emissão de 71 declarações de condições de
estabilidade (DCEs) positivas.
O movimento ocorre devido a uma regulamentação da Agência
Nacional de Mineração (ANM) que prevê obrigação de envio por
empresas do setor a cada semestre de informações sobre as
barragens, incluindo declarações de estabilidade.
A regra surgiu como uma das consequências do rompimento, em
2015, de uma barragem em Mariana (MG) operada pela Samarco, joint
venture entre Vale e a anglo-australiana BHP– o incidente deixou 19
mortos e foi considerado o maior desastre ambiental da história do
Brasil.
“Outras 33 estruturas não tiveram emissão de DCEs positivas, das
quais 32 são estruturas geotécnicas das unidades operacionais de
Minerais Ferrosos e 1 de Metais Básicos”, disse a Vale em
comunicado divulgado junto à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).
Das estruturas que obtiveram DCEs positivas, 93 pertencem ao
negócio de minerais ferrosos e 11 ao de metais básicos, acrescentou
a mineradora.
Segundo a Vale, das barragens sem DCEs positivas, nove são de
rejeitos e sedimentos, nas quais populações próximas já foram
retiradas das chamadas Zonas de Altossalvamento (ZAS).
Essas unidades estão nos níveis 2 ou 3 de emergência em uma
escala de alertas em que o terceiro patamar significa risco
iminente ou ruptura já ocorrendo.
Outra barragem, de Xingu, teve nível de emergência elevado de 1
para 2 em 29 de setembro, sendo também reclassificada como barragem
de rejeitos com método de alteamento a montante– antes, ela havia
sido classificada como empilhamento drenado.
No método de construção a montante, as paredes da barragem são
construídas sobre uma base de resíduos, em vez de material externo
ou em terra firme. Essa técnica foi usada tanto em uma barragem da
Vale que se rompeu em Brumadinho (MG) no ano passado, quanto na
unidade da Samarco que entrou em colapso em 2015.
A Vale disse que, das outras 23 estruturas sem DCEs positivas,
15 foram mantidas como nível de emergência nível 1, que não exige
retirada de moradores próximos.
Uma delas, a barragem VI, teve DCE positiva e está “em processo
de formalização de redução do nível de emergência”, apontou a
empresa.
Por outro lado, a barragem Itabiruçu tem DCE positiva, mas
permanece em nível de emergência 1.
MELHORIAS
A Vale defendeu que “tem adotado diversas medidas para a
melhoria das condições de segurança de suas estruturas”, de acordo
com o comunicado desta quinta-feira.
A companhia informou que esses esforços envolvem a construção de
estruturas de contenção em barragens em nível 3 de emergência, com
uma obra dessas já concluída em março para a barragem Sul
Superior.
Uma primeira fase de contenções similares também já foi
concluída nas barragens B3/B4, Forquilhas I, II e III e Grupo,
segundo a empresa.
Uma segunda fase dos trabalhos nessas estruturas “está em
andamento e tem previsão de conclusão para o quarto trimestre de
2020 (B3/B4) e segundo trimestre de 2021 (Forquilhas I, II e III e
Grupo)”, afirmou a mineradora.
VISÃO DO MERCADO
Guide Investimentos por Luis Sales
Impacto: Negativo. Após o desastre de Brumadinho, os
investidores enxergam alto risco ambiental dentro da operação da
companhia. Mesmo com a Vale anunciando que vem checando o nível de
segurança das estruturas, o fato de terem 33 sem estabilidade pode
preocupar o mercado.
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