Vibra, Suzano e Petrogal se juntam para discutir investida no negócio de combustível de aviação sustentável a partir do Brasil
2024年4月18日 - 3:50AM
Newspaper
A distribuidora de combustíveis Vibra, a fabricante de celulose
Suzano e a empresa de refino Petrogal (Galp) se juntaram para
discutir uma investida no negócio de combustível de aviação
sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir do Brasil. O anúncio
foi feito por executivos das três empresas no Web Summit, evento de
tecnologia que acontece esta semana no Rio de Janeiro.
O chamado ‘cluster’ voltado à SAF ainda está aberto e deve
receber pelo menos mais uma empresa de grande porte nas próximas
semanas. As atividades vão começar com um primeiro encontro de
executivos e técnicos em 14 de maio. Depois, serão realizados
encontros periódicos para vencer três etapas antes de eventual
investimento firme no setor. Por ora, as empresas vão
disponibilizar recursos técnicos e podem vir a fazer aportes em
pesquisa.
Na primeira etapa da cooperação, o trio de empresas vai discutir
estratégias e rever estudos sobre o tema. Em um segundo momento,
será hora de viabilizar soluções para SAF, com possível atração de
startups. A terceira e última fase é de negócios, quando as
empresas vão de fato fazer investimentos em tecnologia e
determinada rota de produção do biocombustível.
O diretor de Operações da Vibra Energia, Marcelo Bragança, disse
ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado)
que a companhia olha de forma “bem aberta” para oportunidades em
biocombustíveis e que, se fizer sentido, pode participar também da
produção de SAF, expandindo para dar um passo atrás na cadeia, já
que hoje atua focada na distribuição e comercialização de
combustível de aviação.
A Vibra (BOV:VBBR3) já estuda investimentos junto à Inpasa para
erguer uma unidade de produção de metanol verde, combustível que
pode ser usado por navios. Segundo Bragança, uma decisão final de
investimento será tomada ainda em 2024. A Vibra também detém
participação na Zeg Biogás. Seria um passo natural, portanto,
entrar em negócios relacionados à SAF, combustível de alto valor
agregado e com demanda crescente nos próximos anos graças a
mandatos crescentes na mistura do querosene de aviação.
“A palavra chave aqui é cooperação, unir forças com empresas de
referência. O Brasil tem um potencial enorme para não ser apenas um
exportador de matéria prima para SAF. Temos muita biomassa e um
custo de fabricação de combustíveis renováveis muito competitivo”,
disse Bragança.
Rotas
Segundo a engenheira de Desenvolvimento de Projetos da Petrogal
Brasil, Heloisa Althoff, a Galp já produz combustível de aviação e
já tem como objetivo misturar 5% de SAF, chegando à totalidade
renovável em 2050. Ela destacou as três rotas de fabricação de SAF
de maior interesse da Petrogal, a partir do etanol, do metanol e do
processo químico Fischer-Tropsch, que faz o hidrotratamento de
óleos vegetais para gerar diesel verde ou SAF.
De sua parte, a diretora de Novos Negócios da Suzano
(BOV:SUZB3), Alessandra Carazzato, disse que a companhia quer fazer
parte da solução e citou como rota possível a produção de
biocombustíveis por meio de biomassa, que no caso da companhia
seria, sobretudo, resíduo de madeira.
Potencial
Bragança, da Vibra, lembrou que 15% das emissões globais de
gases do efeito estufa resultantes de transporte vêm do modal aéreo
e são consideradas de difícil substituição. Por isso, o mundo já
trabalha com mandatos ou previsão de mandatos para SAF, caso do
Brasil a partir de 2027. Com isso, a demanda pelo biocombustível
deve escalar no fim da década.
“O mundo consome 100 milhões de barris de petróleo por dia.
Desses, 7 milhões vão para combustível de aviação. E as emissões da
aviação são de difícil abatimento por vários motivos, como as
longas distâncias percorridas. O SAF tem o potencial de ser a
alternativa mais viável e está crescendo exponencialmente”,
disse.
Segundo o executivo, em 2022, foram 300 mil m³ de SAF produzidos
no mundo, um volume que dobrou em 2023 e deve triplicar em 2024
para 1,8 milhão de m³ em 2024, puxado por mandatos de países
europeus.
Informações Broadcast
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