A empresa de logística JSL reportou lucro
líquido de R$ 93,9 milhões, alta de 73,1% no quarto
trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano
anterior. O lucro líquido ajustado de R$ 110 milhões no
intervalo entre outubro e dezembro do ano passado, ante R$ 63,3
milhões de igual período de 2021, uma alta de 73,8%.
A receita líquida foi de R$ 1,66 bilhão, uma
alta de 25,2% na comparação anual. O faturamento bruto chegou
a R$ 7,1 bilhões, o dobro desde a oferta pública inicial de ações
(IPO, em inglês), feita em 2020.
A receita líquida de serviços atingiu R$ 1.607,7 milhões e
cresceu 23% em relação ao 4T21 e 2,3% comparado ao 3T22,
sazonalmente um trimestre mais forte. A implantação de novos
projetos e a reprecificação dos contratos favoreceram todas nossas
linhas de negócios, levando a um crescimento de 26,9% nas Operações
Dedicadas, 27,5% no Transporte de Cargas, 17,8% nos Serviços de
Armazenagem e 1,4% na Distribuição Urbana.
O segmento de Operações Dedicadas (39% da ROL de Serviços no
trimestre) apresentou um crescimento de 26,9% em comparação ao
4T21, impulsionada por maiores volumes nos setores de celulose,
mineração e operações de intra-logística, que conjuntamente
contribuíram com R$74 milhões de receita adicional no
trimestre.
O nosso serviço de Transporte de Cargas (também com
representatividade de 39% da Receita Líquida de Serviços no
trimestre) cresceu 27,5% na comparação com o 4T21, em função
principalmente dos repasses de inflação, aumento de capacidade
da Marvel (+R$52 milhões) e implantação de novos projetos no setor
automotivo (+R$52 milhões).
As operações de Armazenagem (12% da Receita Líquida de Serviços
no trimestre) apresentaram crescimento sustentado trimestre após
trimestre, refletindo os novos contratos e expansão da operação da
TPC. A Receita Líquida de Serviços do segmento foi 17,8% superior
ao 4T21.
O segmento de Distribuição Urbana (10% da Receita Líquida
de Serviços no trimestre) foi principalmente beneficiado pelas
festas de final de ano, período de verão e, excepcionalmente esse
ano, Copa do Mundo. Com isso, essas operações cresceram 1,4% versus
o 4T21. Esse crescimento abaixo da média se deu pela desmobilização
de uma operação relevante de um cliente da Fadel no setor de
e-commerce, cujo contrato foi finalizado no início de 2022. Em
contraponto, o contrato da África do Sul já começou a impactar
positivamente os resultados do segmento a partir de
dezembro/2022.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e
amortização – ajustado foi de R$ 319,2 milhões, uma alta de
44,9% sobre o mesmo intervalo de 2021, quando o desempenho chegou a
R$ 220,3 milhões. A margem do Ebitda ajustado cresceu 3 pontos
percentuais, para 19,9%.
Para justificar o aumento de margem, o CEO afirma que o
trimestre foi marcado por efeitos positivos nos custos. Ramon
Alcaraz destaca o arrefecimento dos preços do diesel e de insumos,
como pneus, para um conforto melhor das margens. “Mas não deixamos
de fazer o nosso dever de casa, de austeridade e eficiência de
custos. Foi uma junção dos cenários”, diz.
Sobre alguma mudança na tributação federal do diesel, que está
com os impostos zerados desde meados do primeiro trimestre de 2022
e que deve durar até o fim deste ano, o executivo não demonstra
preocupação. “Para nós, o importante é saber sentar e negociar com
o cliente [o contrato] diante de eventuais mudanças”, reforça.
Em 2022, o Ebitda ajustado da JSL alcançou R$ 1,1 bilhão, com
alta de 62,4% ante 2021. A margem chegou a 18,7%, um crescimento de
2,8 pontos percentuais no mesmo comparativo.
O custo de serviços cresceu 18,1% versus um crescimento de
23% da Receita Líquida de Serviços. O ganho de eficiência veio
principalmente da otimização de pessoal e agregados/terceiros,
utilizando investimentos em tecnologia para automatizar a gestão de
documentos, otimização de rotas, precificação e integração com os
clientes e motoristas.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 174,9 milhões, contra
R$ 91,4 milhões no quarto trimestre de 2021. No período, os custos
totais chegaram a R$ 1,36 bilhão, uma alta de 20,8%.
O resultado foi impactado pelo maior volume de dívida bruta
e do aumento do CDI no período. Pelos mesmos fatores, a Despesa
Financeira de 2022 cresceu 179% na comparação com 2021 e atingiu R$
690,8 milhões, sendo R$561,0 milhões diretamente relacionados ao
serviço da dívida. O aumento da dívida bruta está atrelado ao
crescimento da companhia e seus investimentos em ativos e nas
aquisições realizadas.
O retorno sobre capital investido (ROIC)
UDM reportado no 4T22 foi de 20,3%. Como premissas, a
companhia utilizou o EBIT Ajustado de 2022, uma alíquota de
impostos normalizada de 22%, e desconsideramos da dívida líquida R$
447,1 milhões relacionados aos investimentos em projetos que ainda
não transitaram pelos resultados, conforme mencionado acima. Sob
esse cenário, temos um ROIC de 15,1%. A melhora do ROIC trimestre a
trimestre demonstra a alocação de capital prudente da Companhia,
com crescimento em projetos de retorno adequado e capacidade
comprovada de repasse de inflação de custos.
O capex líquido no 4T22 foi de R$ 681,3 milhões, e fechou o ano
em R$ 1,4 bilhão. Esse volume superou o guidance de capex líquido
divulgado previamente para o exercício de 2022 em virtude das
oportunidades de novos contratos desenvolvidos com nossos clientes,
que sustentarão o crescimento futuro de nossa receita.
A companhia finalizou o trimestre com uma posição de Caixa e
Aplicações Financeiras de R$ 873,2 milhões e linhas compromissadas,
não sacadas, de R$876,0 milhões. Somados, as fontes liquidez chegam
à R$ 1,7 bilhão e corresponde à 5,3x a dívida de curto-prazo. O
volume é suficiente para amortizar a dívida até o início de
2026.
A dívida líquida avançou 27,9%, para R$ 3,4 bilhões. O
indicador de alavancagem de Dívida Líquida / EBITDA UDM da JSL no
4T22 foi de 3,17x, com pequena redução em relação ao trimestre
anterior, refletindo principalmente a mudança de patamar de geração
de caixa da Companhia pelo crescimento da receita e melhoria das
margens operacionais. A relação Dívida líquida / EBITDA Adicionado
foi de 2,73x e EBITDA Adicionado / Resultado Financeiro Líquido de
2,6x.
Se considerar o EBITDA ajustado anualizado do 4T22, a
alavancagem Dívida Líquida / EBITDA seria de 2,68x, demonstrando
que a estrutura de capital atual suporta o crescimento disciplinado
respeitando os níveis adequados de alavancagem considerados pela
administração e covenants financeiros da Companhia.
“Essa é uma escolha nossa de crescimento. Nossa desalavancagem
não virá de esterilizar a dívida líquida, mas sim de ampliar o
nosso Ebitda. E essa estratégia, como mostra o balanço, tem sido
exitosa”, diz Sampaio. Além disso, o executivo aponta que a JSL tem
uma posição de caixa de R$ 873,2 milhões, com linhas de crédito
disponíveis de R$ 876 milhões, o que, somados, daria 5,3 vezes as
obrigações financeiras da empresa no curto prazo.
Neste sentido, Guilherme Sampaio lembra que a tese que baseou o
IPO da JSL foi a de consolidação do setor logístico, segmento que a
JSL lidera há cerca de duas décadas. “Nós vamos continuar
investindo, fazendo M&As para o crescimento inorgânico e buscar
crescer organicamente também, buscando mais cross-selling [vendas
de novos produtos ao mesmo cliente]”, prossegue o CFO.
Operação internacional
Além da captura de novos clientes no Brasil, outra avenida de
crescimento que a JSL busca fortalecer é sua atuação em outros
países. No ano passado, a empresa conseguiu R$ 260 milhões em
faturamento com sua operação internacional.
Atualmente, a companhia atua no Paraguai e na África do Sul, mas
não pretende parar por aí. Mas, para entrar em outras nações, a
companhia espera fechar contratos que garanta previsibilidade de
receita para daí então captar outros clientes locais.
Na operação africana, por exemplo, a JSL tem contrato de cinco
anos com uma multinacional de bebidas que deverá garantir R$ 780
milhões de faturamento até o fim do acordo.
Os resultados da JSL (BOV:JSLG3) referentes suas operações do
quarto trimestre de 2022 foram divulgados no dia 14/02/2023.
Confira o Press Release completo!
Teleconferência
A JSL (JSLG3), empresa de logística controlada pela Simpar
(SIMH3), conseguiu entregar seu melhor resultado trimestral da
história no quarto trimestre de 2022, em um contexto de crescimento
de margens e celebração de R$ 3,3 bilhões em novos contratos.
“Apesar do cenário difícil [por conta dos juros altos], tivemos
êxito em fechar novos contratos com prazos longos que nos protegem
dessas oscilações”, diz Ramon Alcaraz, CEO da JSL
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
De acordo com o Bradesco BBI, as oportunidades de vendas
cruzadas com clientes existentes e aumento da penetração em um
mercado altamente fragmentado, deve levar a JSL (JSLG3) a um
impressionante lucro líquido de 43% ao ano até 2026.
Bradesco BBI tem recomendação outperform para a JSL, com
preço-alvo de R$ 11,00…
Itaú BBA
O Itaú BBA acompanhou a teleconferência da JSL sobre os
resultados do 4T22 e relata que a empresa está de olho no
crescimento em 2023 com base em novos contratos, mesmo após os
fortes resultados no 4T22. O atual ambiente de altas taxas de juros
incentiva as empresas a considerar soluções de terceirização para a
JSL, informa o banco.
Itaú BBA tem recomendação outperform com preço-alvo de R$
13,50…
XP Investimentos
A JSL registrou receita robusta de R$ 1,7 bilhão, apoiada por
uma dinâmica positiva em ambos os segmentos. As melhorias
operacionais causadas pela manutenção de sua abordagem de
eficiência de custos para lidar com o atual cenário desafiador de
custos levaram ao aumento da margem Ebitda. Do lado negativo, o
resultado financeiro líquido da companhia continua pressionado,
impedindo uma maior expansão do lucro líquido.
XP mantém recomendação de compra para a JSL.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor,
Infomoney
JSL ON (BOV:JSLG3)
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JSL ON (BOV:JSLG3)
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