Enquanto o Ibovespa decepciona e tem desempenho negativo em 2024, as ações de frigoríficos vão muito bem no ano. Uma cesta com os papéis das principais empresas do setor – JBS, BRF, Marfrig e Minerva – tinha desempenho positivo de 16,29% do início do ano até o fechamento da última quarta-feira (13). No mesmo período, o Ibovespa acumulou queda de 9,6%.

Quando um papel (ou um setor) se destaca, é comum pensar que a oportunidade já passou. Neste caso, porém, é diferente: analistas seguem confiantes com o desempenho das ações de frigoríficos nos próximos meses e ainda recomendam a compra dos papéis do setor.

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Por que os frigoríficos vão bem?

As produtoras de carne vêm apresentando bons resultados e reduzindo o endividamento nos últimos meses. Para Victor Martins, analista sênior da Planner Investimentos, as altas nas ações do setor são “reflexo da combinação de aumento de vendas e margens nos mercados locais e externo que ajudam a mitigar os riscos operacionais das companhias”.

O patamar elevado do dólar também pode explicar o sucesso recente das ações. O Itaú BBA diz, em relatório, que observa “crescente interesse nas ações da JBS como mecanismo de proteção cambial”. Com receitas em dólar, a valorização da moeda norte-americana ajuda a inflar o caixa.

Os investidores também estão mais confiantes em apostar nas ações desde que o setor superou uma crise com a doença da vaca louca no ano passado.

Um dos grandes pontos de atenção para o setor é a Medida Provisória 1227/2024, que limita compensação de créditos de PIS/Cofins. Polêmica e com parte do texto rejeitado pelo Senado, a medida pode impactar, principalmente, o caixa da BRF, segundo o Itaú BBA. O impacto projetado para a JBS é o menor no setor.

Mesmo diante dos riscos, Martins se diz otimista com o setor, já que as empresas “mantêm como estratégia a redução de custos e melhoria da eficiência operacional, o que maximiza o retorno aos acionistas”.

O que as corretoras recomendam?

Cada uma das grandes do setor tem pelo menos uma casa com visão positiva para a sua ação. A JBS (BOV:JBSS3) tem duas: Ativa e Órama, que destaca a diversificação de portfólio da empresa – dona de marcas como Swift, Friboi e Seara – e a diversificação geográfica – a companhia tem produção ou escritórios em 15 países e atende cerca de 275 mil clientes.

“Gostamos do case, especialmente da gestão, que é extremamente diligente na parte operacional”, diz Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, em relatório. O preço-alvo da casa para o papel em 12 meses é de R$ 31,50.

Já a Guide prefere as ações da BRF (BOV:BRFS3), que surpreendeu o mercado no primeiro trimestre e reportou lucro líquido de R$ 594 milhões, revertendo prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no início de 2023. A dona de Sadia, Perdigão e Qualy se destaca na criação, produção e abate de aves e suínos.

A redução da alavancagem da empresa – a relação entre dívida líquida e Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu de 3,3x no 1T23 para 1,4x no último trimestre – animou o mercado após a última divulgação de resultados.

A Marfrig (BOV:MRFG3) é elogiada pelo Santander, que ressalta a divisão dos Estados Unidos, responsável pela maior parte da receita da empresa. Na última terça-feira (11), o banco revisou para baixo a projeção do Ebitda da Marfrig por causa das chuvas acima do esperado nos EUA, mas manteve o preço-alvo de R$ 15,70 e a perspectiva positiva para ação.

Já a empresa com pior performance na Bolsa entre as gigantes do setor em 2024 também tem quem a defenda. A Nord prefere as ações da Minerva “devido à sua exposição ao mercado chinês e às operações de abates diversificadas”, explica Fabiano Vaz, analista da Nord Research, em relatório.

Desde que a Minerva (BOV:BEEF3) anunciou a potencial aquisição de 16 unidades da Marfrig, o mercado vem olhando para a ação com cautela. A autoridade antitruste do Uruguai rejeitou o negócio em seu território, que envolvia três plantas. Mas Vaz observa que as exportações de carne aceleraram nos últimos anos, puxadas pelo consumo da China, o que deve beneficiar a Minerva, maior exportadora da América Latina.

Informações Infomoney
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